segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Surdez

O problema das janelas abertas é que, de repente, se ouve vento em todo o lado. É como quando se está grávida e parece que o mundo é habitado por outras mulheres como nós, barrigudas e à espera do dia. Uma senhora deixa a janela aberta, diz que é melhor para espantar fungos micróbios e poeiras, diz que os perigos não são assim tantos, que o maior perigo é viver fechada com todas as chaves. Mas, minhas queridas amigas, de repente e sem saber como, essa tal senhora dá por si a ouvir correntes de ar em todo o lado. Atravessa a rua e sente um rumor . Prepara-se para o pior, mas afinal é só um jornal deixado num banco de jardim. Em casa há qualquer coisa que mexe, revê o plano de emergência para ventanias domésticas. Afinal é só a água que ferve para o chá.
Poderá a surdez ser a salvação para o sobressalto desta senhora?

12 comentários:

Sra. D. Celeste disse...

podes empre usar uns tampões para os ouvidos.......mas não garanto que resulte cara Aurora!

Sra D. Susette disse...

Se for uma "surdez selectiva"... O problema da surdez selectiva é que até ser-se capaz de "selecionar" anda-se a ouvir o que se quer e o que se não quer.
Agora, se em vez da surdez, nos colocarmos no outro extremo, ou seja, no do ouvido absoluto, aí sim, será impossivel confundir o som de uma chaleira com o de uma tempestade.
Ouvimos tudo, mas a cada coisa daremos o valor e a atenção que ela realmente merece.

Sra. D. Celeste disse...

Ai sra.d.Susette!
Que poço de sensatez, até doi.

Um abraço da sra.d.Celeste...

caramba!

Sra. D. Celeste disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sra D. Aurora disse...

essa do ouvido absoluto parece-me uma boa idea, Sra D Susette. Diga-me, a cara amiga está disponível para dar um workshop avançado?

Sra D. Susette disse...

HÃ...?

Sra D. Aurora disse...

sodona susette, gostei muito da ideia do ouvido absoluto - confesso que não me tinha passado pela cabeça. E vai daí, derivado a isso, ocorreu-me se não estaria disponível para dar um workshop de treino de ouvido absoluto num qualquer dos abrigos da nossa rede.

Sra D. Susette disse...

Eu percebi! Foi uma piadola, tipo, eu meto-me com estas teorias do ouvido absoluto e blablabla mas depois sou a mais mouca de todas: "HÃ...?" tipo, "desculpe, importa-se de repetir que sou um bocado dura de ouvido..." eh eh!

Sra D. Susette disse...

Eu percebi! Foi uma piadola, tipo, eu meto-me com estas teorias do ouvido absoluto e blablabla mas depois sou a mais mouca de todas: "HÃ...?" tipo, "desculpe, importa-se de repetir que sou um bocado dura de ouvido..." eh eh!

Sra D. Susette disse...

Ai que parva, para além de ser mouca só meto o pé na argola. Agora meti a mesma resposta duas vezes.
Perdoem esta sódona senil. Isto desde a reforma, está a ir a pique. Como vêm não sou a senhora indicada para ensinar alguma coisa a alguém... e ainda por cima, para além de ter perdido o aparelho (do ouvido), perdi os comprimidos do Alzeimer. Enfim. Talvez até seja melhor assim.

Sra D. Aurora disse...

oh minha boa amiga, deixe lá que aqui está em boa companhia. Eu não é tanto o alzheimer, é mais o sindrome de tourette que me faz espalhar palavrões pelas ruas da cidade. E a surdez que não chega, que não chega...
Sabe o que lhe digo? Vamos mas é beber um copo de vinho tinto. Diz que não há mal que não seja curado.

Sra D. Susette disse...

Amiga, amiga, invejo-lhe o Tourette.
Quem me dera a mim ser um pouco mais desbocada de vez em quando. Ora, até para isso o vinho serve. Diz que solta a língua e sempre pró lado da verdade.
Que bom termos todas doenças e perturbações mentais. Viva nós!