segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Uprising!!!!

Paranoia is in bloom

The PR transmissions will resume,

They’ll try to push drugs that keep us all dumbed down,

And hope that we will never see the truth around

(so come on)

Another promise, another scene,

Another packaged lie to keep us trapped in greed,

And all the green belts wraped around our minds,

And endless red tape to keep the truth confined

(So come on)

They will not force us,

They will stop degrading us,

They will not control us,

We will be victorious

(So come on)

Interchanging mind control,

Come let the revolution take it’s toll,

If you could flick a switch and open your third eye,

You’d see that

We should never be afraid to die

(So come on)

Rise up and take the power back,

It’s time the fat cats had a heart attack,

You know their time’s coming to an end,

We have to unify and watch our flag ascend

They will not force us,

They will stop degrading us,

They will not control us,

We will be victorious

(So come on)

They will not force us,

They will stop degrading us,

They will not control us,

We will be victorious


Resteipo!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Resteipo!

No primeiro dia, de manhã:
- olha-me esta: Os caracóis deslocam-se sobre uma cama de muco!
- Aaarrgh, que nojo. Olha esta: há um polvo nas caraíbas que só se alimenta de fezes de peixes-da-escandinávia.
- Que horror. Bué da nojento. Olha-me esta: Sabias que se os caracóis deixassem de comer batatas, o ex-ce-den-te de batatas dava para alimentar 30 mil pessoas durante três anos?!
- Incrível! os caracóis comem bué. E olha-me esta: sabias que se os peixes-da-escandinávia deixassem de de-fe-car quer dizer fazer cócó, isso destruiria um ecosistema marinho de 5 mil espécies inter-dependentes umas das outras?!
- Aaaarghh! Que cena. tudo por causa do cócó de peixe.

Segundo dia:
- Iá, mas já diz o ditado: Ladrão que rouba ladrão, cem anos de perdão.
- ... Mas achas que isso se aplica aos assassinos...?
- Pá. O gajo é assassino. Mas matou outro assassino.
- Certo. Mas mesmo assim, o gajo continua a ser um assassino e matar é pior que roubar. Eu acho que aqui o ditado não vale.
- Mas depende. Se o assassino é mais mau do que o que matou, ou não.
- Hum.

Outro dia, durante o serão:
- Se tu pudesses escolher dois super-poderes quais é que escolhias? Eu escolhia o do gelo e o de transformar as pessoas em matéria.
- Transformar as pessoas em matéria...? (sou eu que pergunto)
- Sim, tipo, se uma pessoa está a tocar numa parede, por exemplo, tu podes transformá-la na mesma matéria que a parede, ou em outra coisa qualquer que essa pessoa esteja a tocar.
- Ah.
- ...E a pessoa pode demorar até 200 anos até voltar ao normal.
- Mas quais é que são os outros super-poderes?
(a mãe, de dentro da auto-caravana: Eu queria o da invisibilidade!)
- ... Os outros são os dos Elementos: Terra, Fogo, Água, Gelo, Ar...
- O gelo não é nenhum elemento.
- Ai é, é.
- Ai não é, não.
- Ó pá, é. O gelo é um elemento, os outros são a terra, a águ....
- ...Não. O gelo não é um elemento. A água é que é um elemento.
- NÃO! O gelo É um elemento SEPARADO!
- Quem é que disse?!
- Aaaehh...?
- QUEM É QUE DISSE cientificamente QUE O GELO É UM ELEMENTO SEPARADO?! o gelo é feito de água, logo se eu controlar a água posso transformá-la em gelo, logo controlo DOIS elementos!!!
- NÃO! O Detective Esqueleto controla a água E o gelo!!!!
- Ah. Bom. Então eu quero o do Tele-transporte e o do Fogo.
- (A rir-se com um ar EXTREMAMENTE malandro): Lembrei-me de um outro super-poder.
- Qual.(já a ver onde é que a cena ia mais ou menos parar)
- O de controlar o cócó e o xi-xi das pessoas!!!
- Aaaah! ah! ah!!! Tipo, uma pessoa está num sítio a conversar com alguém e tu de repente, TRÁS! provocas-lhe uma granda vontade de fazer cócó!!!
- ... E a pessoa não consegue mesmo evitar!!!!
- ... mesmo ali à frente de toda a gente! ah! ah! ah!
- ... E o xi-xi ao mesmo tempo!! ah! ah! ah!

Na noite seguinte, de madrugada, tenho um sonho:
Algures, numa casa de amigos, todos conversam.
Eu sinto-me muito bem e confortável.
Estou na casa-de-banho da casa, tranquilamente sentada numa sanita imaculadamente limpa.
À minha frente um lavatório redondo e branco, cheio de água perfeitamente transparente.
À medida que a água do lavatório começa a escorrer pelo ralo, também a minha bexiga se vai esvaziando na sanita.
Ao mesmo tempo, e num lapso de segundos, dou-me conta de que muito consolada e refasteladamente, faço xi-xi na cama!
Na cama real da autocaravana real das minhas férias eu, uma mulher de 39 anos, faço xi-xi na cama.
Levanto-me de um pulo, mas não consigo reprimir a quase-gargalhada.
Não me sinto mal, nem sequer envergonhada.
Surpreendentemente, até sinto uma certa ternura pela criança que ainda consigo ser, nestas férias de sonho, na companhia das minhas amigas e de dois miúdos lindos, maravilhosos.
E de uma outra menina que já não via há muito tempo, que nunca se tinha permitido fazer xi-xi na cama.
É bom ver que ela está bem.
Que se ri da vida e que sabe brincar e divertir-se, e gostar das pessoas.
Que sabe gostar das pessoas que gostam dela.

Epílogo:
Nas sábias palavras de Allie G que muito foi citado ao longo destas férias,
Às minhas amigas mas, principalmente, a Mister Z e a Mister S,
Que estão sempre Indahouse:

RESPECT!

Em autocaravanês:

RESTEIPO!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

a minha família - Um

Avós F. e T.

O meu avô fazia "tsst, tsst" e abanava a desaprovadora cabeça quando o da carpete no peito (o Ramos, acho) ou o um Fábio qualquer beijavam ardentemente na boca a sua consorte da novela. Se a coisa demorava mais tempo do que o seu traquejo moral abarcava, bufava entre dentes "caramba!" , "ó senhores!" ou "que porcaria".
O meu avô teve uma carreira árida de séria na guarda fiscal e chegou a sargento. Periodicamente lavava e polia o seu kadett (mais tarde, o corsa) no nosso pátio do alentejo, nas férias, ou ao pé de casa, por trás dos prédios do j.pimenta, durante o tempo de trabalho. Fazia-o meticulosamente com uma camurça, de blújines, que era assim que se dizia, e camisola interior de alças branca, mostrando as peles dos braços mais flácidas de ano para ano.
O meu avô usava uma mariconera com uma pega, do tempo em que ainda não tínhamos maricas em Portugal, logo provavelmente comprada na Espanha.
Quando a minha avó arriscava um prato um pouco diferente (inspirada pelo Silva da Teleculinária) ele dizia "Olha...gostei mas ... sabes que mais? Podes não voltar a fazer". Não era visivelmente uma ordem, quase nem se percebia que era uma repressãozinha. É que o meu avô não gostava nada do desconhecido. Gostava mesmo era de pescada cozida.
Nunca vi os meus avós envolverem-se num toque ou beijo, por fugidio que fosse, e morei com eles 10 anos.
Há pouco tempo, vi uma fotografia antiga dos meus avós numa excursão e olhei para a minha avó, à esquerda daquele homem recto, mais larga do que ele, com uns óculos muito feios e alguns pêlos na cara. Pareceu-me uma não-mulher, receosa e frígida, uma carne grande e cheia de medos, sem prazer, a esposa travão do sargento de pouca imaginação.
Sensualidade zero no T2 de subúrbio que me calhou para a infância. E um forte cheiro a azeite.

A história continuará.