segunda-feira, 5 de abril de 2010

Caminhar de olhos fechados

não é só a senhora, minha boa amiga, que está virada do avesso.

hoje descobri que ando a caminhar de olhos fechados. Na minha cara eles vêem-se abertos, duas pálpebras que se movem. Mas isso é apenas o que se vê. Se alguém encostar o ouvido consegue escutar o ruído mecânico dos olhos, tic abre tic fecha tic abre tic fecha, se alguém se aproximar e olhar com atenção vai reparar que esse movimento não existe, vai reparar que eles estão fechados numa miopia inventada sabe-se-lá-por-que-razão.

Preciso do que as minhas amigas me dão, palavras duras e mãos que batem na minha cara, para me ver como realmente sou. E, se tudo correr bem, descolar os olhos que se fecharam.

3 comentários:

Sra D. Susette disse...

Olhe minha cara senhora.
A verdade é que, brincando, brincando, e mesmo de olhos fechados, ontem vi-lhe uma força que não sei se eu seria capaz de inventar em mim naquelas circunstâncias.
Seguindo confiante as indicações de quem via, brincando, brincando, a senhora conseguiu fintar um jogador bem astuto.
E perigoso que ele era. Hum?

Sra D. Aurora disse...

Obrigada, querida Sra D Susette, pelas suas palavras de encorajamento.
Mas a verdade é que as fintas não são mais do que números de circo de quem caminha com olhos fechados. Em certo sentido, somos todas peritas em acrobacias dessas.
A aventura é mesmo descobrir como abri-los.

Sra D. Pilar disse...

talvez as fintas não sejam números de circo mas essa força que há por dtrás dos teus olhos que querem abrir-se todos, completamente arregalarem-se para todo o mundo o mundo que existe fora e dentro e de ti que só pod ser visto com os olhos bem abertos. Nunca estarás de olhos fechados com as amigas que tens que te ensinam o significado oculto por detás de um nome de whisky que te chegam a roupa ao pelo e que olham para ti te abraçam e te dizem que andas louca mas que isso vai passar (e cruzam os dedos por detrás das costas)