quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Minhas queridas senhoras,
Regressada de umas retemperadoras férias entre a montanha e o mar, o campo e cidade, o bucolismo dos passarinhos da côte d'azur (passarinhos rafinés, bien sur, bebem água evian nas esplanadas com capelines esvoaçantes na cabeça) e a vibração cosmopolita de nova iorque em fim de verão, chego aqui exausta mas com a alegria do prazer cumprido.
Nada sei das minhas companheiras de abrigo, tirando um ou outro recado aqui postado de tempos a tempos. Quer dizer, até sei. Sei que algumas de vós andam a braços com memórias familiares absolutamente harmoniosas e felizes, que uma senhora se dedica freneticamente a fotografar paredes, que outras tantas se esfumaram em textos distantes no nevoeiro do verão que passou.
E com tudo isto, fico preocupada. Vejo as minhas boas amigas desaparecerem entre paredes e famílias felizes, suspeito que abandonaram os valorosos projectos de investigação em curso, e fico para aqui em cuidados (desnecessários, talvez) que me aceleram o coração em taquicardias inúteis.
Peço-vos, por isso, que dêem notícias a esta vossa viajada (porém atenta) amiga.
É que não há coração que resista a tamanha espera.

1 comentário:

Sra D. Aurora disse...

bons olhos a vejam, Sra D Judite.
Pois olhe, eu por aqui ando entretida a fotografar paredes, depois de ter saído do carrossel em andamento.
Não sei se foi das farturas ou do moscatel, mas a verdade é que aquelas voltinhas estavam a deixar-me mareada e ala que se faz tarde, agarrei na máquina fotográfica novinha em folha (já disse que é linda?) e agora é ver-me a olhar para as paredes e a encontrar tiradas filósoficas, poesia e manifestos em cada esquina.